segunda-feira, 29 de março de 2010
AID comemora participação feminina no desenvolvimento comunitário
O mês de março se encerra e o projeto Ação Integrada de Desenvolvimento celebra os avanços relacionados à equidade de gênero dentro das comunidades acompanhadas no Brasil. Mesmo sendo um processo que envolve mudanças culturais e de comportamentos estabelecidos há séculos, as mulheres do Roger, em João Pessoa, e do Eucalipto, em Sapé, demonstram a cada atividade um empoderamento maior. A participação, mesmo que muitas vezes tímida, já resulta em elevação da auto estima e um grande envolvimento com as questões comunitárias.
Em Sapé, elas estiveram à frente da discussão sobre os problemas da comunidade, perceberam que a falta de médico e medicamentos na unidade de saúde do bairro era uma violação ao direito de suas famílias. Mergulharam na legislação, se organizaram, convocaram a secretaria de saúde do município para conversar e estabeleceram uma relação de parceria entre a comunidade e a gestão. “Foi uma grande conquista para nós, que agora sabemos que saúde é um direito e conseguimos sensibilizar a prefeitura”, avalia a moradora Vânia Maria Juvêncio. O diálogo entre as mulheres e a equipe do PSF se tornou, então, uma realidade e agora o grande desafio no quesito gênero é envolver mais homens nas discussões.
Já no Roger, que passou por processo semelhante ao de Sapé, uma das conquistas das mulheres, muito além da recuperação do prédio da unidade de saúde, foi a garantia do direito de fazer exames citológicos no próprio local, perto de casa e com condições de segurança e higiene, garantindo o atendimento preventivo. Mas a família inteira ganhou com a ação, já que a unidade passou a ter melhores condições de atendimento.
Nas duas cidades, elas estão participando das capacitações sobre direitos e mecanismos legais, se aprofundando nos problemas da comunidade e se fortalecendo para lutarem por seus direitos, o que as leva a se articularem com as instâncias de controle social. E, apesar do foco inicial do trabalho ter sido saúde, elas estão muito atentas à qualidade das escolas de seus filhos, à necessidade de saneamento de suas ruas e ao direito de suas famílias viverem em condições dignas de moradia. E, devagarinho, estão ajudando a transformar a realidade em que vivem.