"As casas destinadas aos moradores da Comunidade do S começarão a ser construídas até o final deste ano, custe o que custar." Esta foi a promessa da Secretária de Habitação (SeHab) de João Pessoa, Emília Correia Lima, para a comunidade do Roger que compareceu à audiência da Câmara Municipal realizada na noite desta quarta-feira, dia 9, na Casa Pequeno Davi. Segundo ela, uma série de problemas técnicos atrapalharam o projeto, que deveria ter sido iniciado junto com as casas da Ilha do Bispo, que devem ser entregues até dezembro. Segundo ela, as útlimas pendências foram solucionadas durante uma reunião realizada horas antes da audiência com o proprietário do terreno onde as casas serão construídas e as empresas que ganharam a licitação da obra.
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A promessa foi uma resposta à solicitação da comunidade, que já havia recebido a garantia de que passaria o inverno deste ano nas suas casas novas, mas permanece na área de mangue em que moram há muitos anos. A comunidade é acompanhada pelo projeto AID e está buscando seu direito a uma moradia digna de mandeira organizada e tendo a legislação como ferramenta. "Eu sei do cansaço dos/as moradores/as, mas espero que da próxima vez que eu vier ao Roger seja para assinar a ordem de serviço da construção", revelou.
A obra deve resolver a situação em que as famílias do S vivem, já que ocupam uma área desprovida de seus direitos mais básicos. Serão construídas quase 500 moradias em um terreno em frente à escola Violeta Formiga, no bairro vizinho Alto do Céu. A secretária pediu ajuda da comunidade para garantir que o terreno não seja invadido até que a construção se inicie e a audiência articulou uma visita dos/as moradores/as ao local, em data que ainda será acordada, com transporte que será garantido por todos os órgãos que estiveram presentes na audiência.
Segurança e policiamento comunitário
Outra reivindicação apresentada pelos moradores do Roger foi a reforma e reativação do posto policial do bairro, que seria usado como apoio para a implantação de um núcleo de polícia comunitária, uma solicitação que recebeu mais de 1,1 mil assinaturas. para a comunidade, a relação de proximidade que este tipo de projeto proporciona entre os/as moradores/as e os/as policiais permite uma maior sensação de segurança, além de ver a polícia como sua parceira. "Com a ação policial nos bairros da Ilha do Bispo e de Mandacaru, a violência vai migrar e precisamos preparar o Roger para não acolher este problema", observou a liderança comunitária Juracir.
Segundo o Coronel Luís Augusto, representante do Comando Geral da Polícia Militar na audiência, em 2009 houve o registro de apenas seis homicídios no Roger e os três principais tipos de ocorrência no bairro são relacionados a agressão, embriaguez e furto ou tentativa de furto. Comparando com outros bairros da cidade com população equivalente ao Roger, onde moram mais de 11,5 mil pessoas, a média é baixa, mas ele destacou a relevância das drogas na sensação de insegurança da comunidade. "Precisamos trabalhar de forma educativa no Roger para reduzir o consumo de drogas entre os jovens, que são o principal alvo das mortes violentas", destaca.
Requerimentos através da Câmara
Os/as vereadores/as presentes na audiência se comprometeram a encaminhar de forma sistematizada e documentada todas as solicitações da comunidade para cada órgão responsável pela solução dos problemas. Além disso, houve uma promessa de reacender a discussão sobre a poluição nas lagoas da Comunidade do S, provocada por empresas de esgotamento de fossa que depositam os detritos e lavam seus veículos no local.
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